As folhas nascem, vivem e morrem
Elas cumprem um ciclo de passagem
As novas são bem moles e viçosas
As velhas são escuras e grossas

Como as pessoas, as folhas passam pela vida
Existem folhas infantis, adolescentes e adultas
A folhinha-bebê é tão miudinha e enxerida
A adolescente vibra e com outras faz disputa

A folha-adulta é forte, firme e consistente
Ela não é enfraquecida pelas tempestades
A folha-anciã ainda é mais fiel e contente
Porque tem consciência da sua utilidade

As folhas secas já cumpriram a sua missão
Nasceram, viveram e um certo dia morreram
Agora estão em camadas soltas pelo chão
Mesmo secas, usadas como adubo elas serão.
Eu passo a vida recordando


de tudo quanto aí deixei

Crateús, Crateús

vim ao Centro-Oeste

p'ra voltar e não voltei!



Mas te confesso na saudade

as dores que arranjei pra mim

pois todo o pranto destas mágoas

ainda irei juntar nas águas

do teu Rio Poty



Meu pequeno Crateús

vivo só pensando em ti

ai que saudade dessas terras

entre as serras

doce Terra onde eu nascí!



Recordo a casa onde eu morava

o muro alto, o laranjal

Lá na Rua dos Tabajaras

que bonito que ele era

dando sombra no quintal



A minha escola, a minha rua

O Lourenço Filho e o Lions

ai como o pensamento voa

ao lembrar a Terra boa

coisas que não voltam mais!



Meu pequeno Crateús

vivo só pensando em ti

ai que saudade dessas terras

entre as serras

doce Terra onde eu nascí



Agora amo Cuiabá

A terra que me acolheu

Há muito aqui me instalei

E não vou mais sair

A não ser se Deus mandar