Tributo ao meu avô

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  Rosângela Linhares

  É, um mês já se passou. Fico triste porque a última vez que o vi foi no seu aniversário de 90 anos. Só tenho boas recordações do meu avô. Ele sempre me ensinou coisas boas. Levou-me à Guaraciaba para estudar lá quando eu morava em São Gonçalo, Crateús-CE. Ele me chamava de Rosinha.Foi meu padrinho do Magistério. No meu aniversário de 15 anos ele e minha avó presentearam-me com um diário que tenho até hoje e um lindo álbum. Quando eu casei ele fez questão de nos levar até Anápolis-GO, para o seminário, viajando 3 dias de ônibus e sempre alegre e brincalhão com todos os passageiros. O plano dele era que pastoreássemos a igreja de Crateús para sucede-lo, mas o Senhor não permitiu. A vida acontece do jeito que Deus determina e não do nosso jeito.

   
• Mais coisas sobre meu grande Pai Linhares. Com ele eu fiz minha confissão de fé em Jesus Cristo aos 10 anos. Ele batizou-me no ano de 1977. Realizou meu casamento em 1982 e sempre esteve me apoiando, aconselhando e ajudando. Hoje percebo muito mais o quanto meu avô era um pastor sábio, sereno e equilibrado. Ele dava total liberdade para nós jovens agirmos e não nos recriminava. Ele sabia delegar sem ser egoísta ou manda-chuva. Ele era humilde e firme,amável e terno. Trabalhou para ter o seu próprio sustento financeiro porque a igreja não tinha condições para mante-lo. Sofreu sem reclamar porque sabia em quem cria e era fiel para encorajá-lo e segurá-lo até o fim. Ele pôde dizer: "Combati o bom combate,completei a carreira e guardei a fé". Quando quiseram tirá-lo do pastorado, ele teve dignidade para preparar uma linda festa de jubilamento, porque pastor só serve quando é novo. Raríssimos continuam exercendo o pastorado depois de idoso (desculpem o desabafo, mas é a realidade, pois tenho prova disso). Pena que a gente só reconhece e expressa mais o valor das pessoas depois que elas se vão. PARA SEMPRE EU VOU TE AMAR, MEU AVÔ.