No final de 1981 eu terminei o magistério, antigo normal. Estava decidida a ingressar no Seminário, mas agora eu não iria sozinha, e sim acompanhada do meu futuro esposo.

Casei no civil na quinta-feira e no sábado na nossa igreja em uma cerimônia bem singela, celebrada pelo meu avô e pastor. As quatro damas de honra entraram com vestido azul-claro e a Bíblia aberta. Minha irmã Izabel era uma das damas ,que por sinal estava muito bonita. Meu irmão caçula participou ativamente, porém ele estava triste porque nós dois éramos muito apegados e agora eu iria deixá-lo para morar bem longe. A Zanginha, como ele me chama, não contaria mais histórias bíblicas para ele...


Parecia que o nosso casamento era impossível, pois não tínhamos sustento financeiro e muitos nos criticaram, achando que estávamos cometendo uma grande imprudência. Nunca nos arrependemos porque temos certeza do chamado de Deus para nós e plena convicção do nosso amor. Enfrentamos dificuldades com fé, esperança e perseverança.

Chegamos ao seminário em Anápolis-GO para estudarmos em fevereiro de 1982. O clima era muito frio e os costumes eram diferentes. Por três anos vivemos sem salário e jamais nos faltou o essencial. A nossa igreja de Crateús-CE pagava os nossos estudos.

No dia 28 de março de 1983 eu constatei que estava grávida, depois de ir ao Hospital Evangélico e consultar-me com o Dr. Édimo. Mais uma vez fomos criticados por não esperarmos para ter filho depois que saíssemos do seminário. Era algo fenomenal saber que eu carregava no meu ventre uma pequena e linda craiaturinha que dependia totalmente de mim. O seu coraçãozinho batia forte e eu podia ouvi-lo quando fazia as visitas rotineiras ao médico. Não fiz ultrasonografia. Somente no dia 29 de outubro de 1983 a nossa curiosidade foi satisfeita com o nascimento da nossa querida Quézia, cujo nome significa planta aromática. É isso que ela foi e é para nós. Um perfume que alegra as nossa vidas.

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