MINHA MÃE
Antuzinha Linhares Bonfim nasceu no dia 24 de outubro de 1942. Teve uma infância dura, sendo criança de pouca idade precisava ajudar a mãe nos afazeres domésticos e cuidar dos irmãos que nasciam um bem perto do outro.
Minha mãe sempre foi muito dinâmica e esperta e por isso conseguiu a sua independência financeira bem cedo. Na juventude foi professora. Depois que casou começou a costurar e dedicou-se a tal atividade por muito tempo. Comprava tecidos e roupas na capital do Ceará e vendia para uma clientela fiel de mulheres que foram conquistadas pelo seu carisma ímpar e vivacidade de espírito e inteligência.Mais tarde ela montou a Lojinha do Ceará na cidade de Inhumas, Estado de Goiás.
Foi mamãe que insistiu muito com papai para que nos mudássemos para a cidade de Crateús para que conseguíssemos estudar, já que no lugar em que morávamos no pequeno vilarejo de São Gonçalo, os estudos não eram suficientes para a nossa formação acadêmica.
Mamãe é visionária,empreendedora e pró-ativa. Ela é uma mulher de fibras fortes e inquebráveis que foram tecidas ao longo dos anos, através de muito labor, perseverança, coragem, força de vontade e persistência.
Hoje posso entender um pouquinho do sofrimento que ela sentiu quando eu saí de casa no dia 21 de fevereiro de 1982, após uma semana de casada, quando eu e meu esposo partimos do Ceará para estudar no SETECEB – SEMINÁRIO TEOLÒGICO CRISTÃO EVANGÉLICO DO BRASIL em Anápolis-GO. Uma parte da letra da música “No dia em que eu saí de casa” da composição de Joel Marques e cantada por Zezé de Camargo e Luciano leva-me a lembrar desse dia e algumas vezes eu choro quando escuto essa música, porque agora eu sou mãe e posso compreender bem melhor a dor que minha mãe sentiu e talvez sinta até hoje e de forma mais intensa em ocasiões esporádicas.
Minha mãe me disse:
Filho, vem cá!
Passou a mão em meus cabelos
Olhou em meus olhos
Começou falar
Por onde você for eu sigo
Com meu pensamento
Sempre onde estiver
Em minhas orações
Eu vou pedir a Deus
Que ilumine os passos seus...
Eu sei que ela nunca compreendeu
Os meus motivos de sair de lá...
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