MEU PAI
                             
Raimundo Rosa Bonfim nasceu no dia 7 de fevereiro de 1928. Ele teve uma infância muito difícil, tendo que ajudar o pai nos serviços de agricultura. Aos 18 anos Raimundo calçou o seu primeiro par de sapatos e começou a ser alfabetizado. Em três meses ele já lia e escrevia corretamente, sabendo para si e para ensinar a outros.

Meu pai é o meu herói. Ele é um homem íntegro e paciente, manso e moderado. Muito do meu caráter foi formado pela conduta e exemplo de sua vida. Papai sempre trabalhou bastante para garantir o sustento da família e para realizar-se como homem honesto e obediente a Deus. Trabalhou como comerciante e taxista. Fez curso de técnico de rádios e consertou muitos, como também os vendeu demasiadamente. Já em idade avançada, depois da aposentadoria trabalhou como taxista. Hoje com seus bem vividos oitenta e três anos, ele aprecia bastante o computador e está sempre ativo fazendo suas apostilas e estudos bíblicos. É um poeta nato e faz rimas com muita facilidade.

A primeira história da Bíblia que meu pai leu para mim foi a de Pedro afundando em alto mar, quando deixou de olhar para Jesus e o primeiro cântico que ele ensinou-me foi:
Plena paz gozo eu
Plena paz gozo eu
E seguindo a meu Jesus
Vou andando para o céu

Recordo com saudade das noites em que meu pai reunia a família e amigos para contar estórias de trancoso, piadas, anedotas e adivinhações, além de outras brincadeiras muito divertidas, como a faquinha:
- Tá aqui a faquinha que da roça ela vem.
-Ela tem ponta?
-Ponta ela tem.
Todos teriam que falar normal, sorrindo, gargalhando, chorando, gemendo e gaguejando. Tinha a sementinha, não diga não, Dona Joana, melancia e muitas outras. Tudo isso jamais será deletado da minha memória.

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